5 perguntas para Daniel Waks, da Ambev

Vice-presidente de marketing da Ambev, Daniel Wakswaser é um dos líderes da estratégia de reestruturação e transformação cultural do marketing no Brasil, promovendo processos para incentivar a criatividade e a inovação nas marcas. Na Ambev desde 2008, ele atuou em posições de liderança em diferentes áreas e negócios da empresa no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Nesta entrevista para a Fast Company Brasil ele fala sobre privilégio, altruísmo e porque devemos nos tornar “amadores”.

O que é inovação?

É quando a criatividade encontra a oportunidade. Para inovar, é preciso de ciência, arte e disciplina: (a) usar a ciência para ter um profundo conhecimento humano e clareza do problema; (b) explorar a arte da originalidade para enxergar além do óbvio, trazendo frescor a uma observação – o que chamamos de insight; e (c) ter muita disciplina para testar, aprender, revisar e seguir sempre em beta. Até porque, inovação é mais verbo que substantivo.

O que o conceito de sustentabilidade representa para você?

Sustentabilidade tem a ver com o ato de “sustentar”, ou seja, requer equilíbrio. Equilíbrio entre ação e reação, entre tirar e colocar, entre futuro e presente. Pensar e agir de maneira sustentável é contrariar nosso instinto humano curto-prazista e pensar nas consequências para as próximas gerações. No fim, a sustentabilidade é uma série de atos de altruísmo.

O que é qualidade de vida para você?

Trazendo este conceito mais para a esfera da vida profissional, acho que qualidade de vida passa por se tornar um “amador”. Embora a gente acredite que o Brasil não é para amadores, essa palavra vem de amar, ou seja, fazer algo não por obrigação, mas por prazer. Quando o seu ofício e a sua zona de prazer se encontram, acredito que é mais fácil ter mais qualidade de vida.

Qual a habilidade mais importante para exercer a liderança nos dias de hoje?

Humildade, curiosidade e empatia. Os melhores líderes com quem já trabalhei ouviam mais do que falavam, sabiam se colocar no lugar dos outros e tinham um apetite insaciável por aprender. Numa sociedade com questões tão complexas, e que evolui tão rápido, liderar requer, mais do que nunca, de que tenhamos uma mente de principiante.

Qual o melhor conselho que já recebeu na vida?

“Trate os outros não como você gostaria de ser tratado, mas como eles gostariam de ser tratados”. Que os que possam usar seu privilégio para ajudar os outros o façam e, assim, melhoremos nossa sociedade.

Ambev é campeã do Valor 1000 em Alimentos e Bebidas e ressalta nova visão dos negócios

Ambev se destacou com mérito no setor de Alimentos e Bebidas. Foi a campeã do grupo, de acordo com a soma da pontuação alcançada nos seis critérios analisados pelo Valor 1000. O desempenho foi alicerçado principalmente na margem de 30,7% de Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização), quesito em que despontou em primeiro lugar entre as concorrentes do setor.

Em alavancagem financeira (dívida financeira líquida sobre Ebitda), ficou em quarto lugar, com -0,69 ponto, e na cobertura de juros (Ebitda sobre despesas financeiras) somou 4,12 pontos, ficando em sétima posição entre os dez melhores grupos do segmento. Na listagem das mil maiores de 2021, a Ambev ficou na 14ª posição, com receita de R$ 72,85 bilhões, um crescimento de 24,8% em relação a 2020. Na comparação com as demais empresas do setor, trata-se da terceira maior receita, depois da JBS, com R$ 350,69 bilhões, e da Marfrig, com R$ 85,38 bilhões.

“Temos investido em uma atuação em plataforma, que une inovação, tecnologia, dados e logística, para oferecer produtos que atendem a diferentes paladares e momentos de consumo das pessoas, sempre com qualidade, criatividade e inovação”, diz Lucas Lira, vice-presidente financeiro, de relações com os investidores e serviços compartilhados da Ambev. Ele atribui bom desempenho da companhia a três fatores: consistência, transformação tecnológica e a mudança da visão de negócios para uma empresa de plataforma, e não mais apenas de bebida. “Estamos trazendo ao mercado uma consistência de resultados positivos ano após ano, com a recuperação do negócio desde a pandemia, após períodos desafiadores com maior restrição de deslocamento”, afirma.

Entre as iniciativas inovadoras da companhia que vêm possibilitando o crescimento dos negócios está o Zé Delivery, serviço que assegura a entrega das bebidas em até uma hora depois da realização do pedido, com desconto por unidade retornável. Outro exemplo é o BEES, aplicativo que permite à rede parceira de bares e restaurantes comprar produtos da Ambev. As duas iniciativas, segundo Lira, ilustram a transformação tecnológica em curso na companhia e as apostas em soluções digitais que potencializam o negócio.

Segundo a empresa, o mercado está passando por uma importante transformação com o surgimento de novas marcas e novos estilos de bebidas para diferentes ocasiões de consumo. “A transformação da nossa visão para uma empresa de plataforma com diversos negócios, que conecta pessoas e o ecossistema, aumenta exponencialmente a possibilidade de fortalecimento de todos”, afirma o executivo.

Neste ano, o grupo se encaminha a passos largos para repetir o desempenho do ano passado. Pela primeira vez em sua história, alcançou a venda de mais de 40 milhões de hectolitros em um segundo trimestre. O recorde foi liderado pelo desempenho da Cerveja Brasil e da NAB Brasil (categoria de bebidas não alcoólicas). No período, o modelo comercial continuou impulsionando o desempenho de receita do grupo, com a recuperação contínua das ocasiões de consumo fora de casa, depois do arrefecimento da crise sanitária de 2020 e 2021

O volume de vendas cresceu 6,1% no consolidado, impulsionado principalmente pelo Brasil, onde a expansão da pré-imunização contra a covid-19 e o contínuo desenvolvimento de inovações resultaram em um crescimento de 8,5% no consumo de cerveja de marcas como Bohemia, Skol e Budweiser. O volume de NAB, categoria de bebidas não alcoólicas na Ambev, como o isotônico Marathon e o guaraná Antarctica, aumentou 16,2%, impulsionado pela distribuição alavancada pelo BEES.

O panorama econômico preocupa, mas não afasta o otimismo do grupo. “O cenário continua incerto, principalmente pela flutuação do câmbio, do aumento dos juros e do cenário político-econômico que temos neste ano no Brasil e em alguns outros países em que atuamos. Mas estamos confiantes na nossa estratégia para continuar entregando bons resultados, tanto em volume como na receita por hectolitro, Ebitda e demais indicadores”, afirma Lira.

O executivo também destaca a confiança do grupo nos seus times, na continuidade da excelência operacional dos últimos dois anos e na estratégia de atuação para o momento atual, de retomada dos bares e restaurantes, incluindo novos momentos de consumo no ano, como a Copa do Mundo no segundo semestre. “Vamos continuar trabalhando para tornar nossas marcas mais saudáveis, fortalecer cada vez mais nossa categoria de cerveja, que é uma das nossas prioridades, e conquistar ainda mais nossos clientes e consumidores, nos provocando constantemente em inovação e reforçando a nossa atuação como plataforma”, acrescenta o executivo.

A Ambev nasceu em 1999, da união entre as centenárias Cervejaria Brahma e Companhia Antarctica. Mas a história começou muito antes, com duas cervejarias na década de 1880: a Companhia Antarctica Paulista e a Manufactura de Cerveja Brahma & Villeger & Companhia. Hoje, a Ambev faz parte da Anheuser-Busch Inbev, conhecida como AB Inbev, que nasceu da união entre a Ambev, a belga Interbrew e a Anheuser-Busch. O portfólio do grupo reúne mais de duzentas marcas de bebidas, com atuação em 19 países. No Brasil são 32 cervejarias e duas maltarias, além de cem centros de distribuição direta e seis de excelência, que empregam 35 mil pessoas. O cardápio de bebidas reúne 30 marcas.

Analistas de mercado avalizam o desempenho da Ambev para além dos resultados financeiros que determinaram a escolha do grupo como campeã do setor de Alimentos e Bebidas. “Tão importante quanto o viés de dados financeiros é a aproximação com o consumidor e os princípios de inovação nos modelos de negócio”, afirma Roberto Kanter, professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Os critérios financeiros são importantes, mas há um avanço da Ambev na consolidação de ações para distribuidores e colaboradores e iniciativas dirigidas à diversidade que também ajudam a consolidar a liderança da companha”, diz Fabio Mariano Borges, professor do curso de mestrado de comportamento do consumidor da ESPM.

O espírito de startup de inovação da Ambev agrada aos professores. A aproximação com o consumidor é considerada inédita. Nenhuma empresa tem tantos canais de conexão com aplicativos e oferta de serviços financeiros que vão além da venda de bebidas. Além disso, boa parte da distribuição da empresa não é feita mais por caminhões, mas, sim, por vans e carros elétricos, o que ajuda na pegada ambiental. “Comparado com outras marcas de bebidas, nenhuma conhece tanto o consumidor”, afirma Kanter. “Foi uma das primeiras empresas a apoiar a saúde mental dos funcionários com programas de promoção de ambientes mais híbridos e de segurança psicológica”, diz Mariano Borges.

Entre as ações da agenda ESG, a companhia anunciou em 2021 a primeira grande cervejaria carbono neutro do Brasil, a Cervejaria de Ponta Grossa (PR) e a maltaria de Passo Fundo (RS). As duas fábricas atingiram 90% de redução das emissões de CO2 – os 10% de emissões restantes foram neutralizados pela aquisição de créditos de carbono.

Fonte: https://valor.globo.com

Abertas as inscrições do 2º prêmio Lata + Bonita do Brasil

Começam nesta segunda-feira (05/09) as inscrições para a 2ª edição do Prêmio Lata Mais Bonita do Brasil, promovido pela Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio) com o objetivo de estimular a criatividade de cervejarias, que, a cada ano, surpreendem e encantam consumidores com a beleza dos seus rótulos.

No Brasil, mais de 60% de toda a cerveja é envasada pela lata, embalagem mais reciclada do mundo, com ciclo de vida de apenas 60 dias – entre o consumo e a volta da embalagem já reciclada para as prateleiras – além de gerar renda para mais de 800 mil catadores.

“A 1ª edição do Prêmio buscou reconhecer o trabalho primoroso que vem sendo feito pelas cervejarias nacionais”, explica Cátilo Cândido, presidente executivo da Abralatas. “Para esta 2ª edição, e pelo que temos acompanhado ao longo do último ano, estamos apostando em rótulos ainda mais criativos”, comenta.

Podem concorrer ao Prêmio todas cervejarias proprietárias intelectuais e industriais do design de seus rótulos, operantes no mercado brasileiro. Além disso, o rótulo inscrito deve ter sido criado e produzido no Brasil, estar adequado às exigências do Ministério da Pecuária, Agricultura e Abastecimento (IN 65/2019) e ter circulado de 2020 até a data do término das inscrições ou 30/09.

A votação dos rótulos finalistas pelo público e a avaliação dos jurados vai de 19 de outubro a 20 de novembro. O anúncio dos ganhadores e a cerimônia de premiação estão previstas para dezembro deste ano. O Prêmio conta ainda com os importantes apoios da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas), da Abracerva (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal), da CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja) e do Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja).

O Prêmio está divido em três categorias, de acordo com o tamanho das empresas:

– micro cervejarias: produção anual de até 2,5 milhões cerveja em lata;

– médias cervejarias: entre 2,5 milhões e 60 milhões de unidades/ano;

– grandes cervejarias: mais de 60 milhões unidades/ano.

Segundo a nova edição do Anuário da Cerveja, publicado recentemente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com dados de 2021, o número de cervejarias registradas e ativas no Brasil aumentou 12% em comparação com 2020. Com isso, o País alcançou um total de 1.549 cervejarias, com forte tendência de crescimento. Para se ter uma ideia, em 2011, o País contava com 129 cervejarias, o que comprova o salto deste segmento, com um crescimento superior a 1.000% nos últimos 10 anos.

1ª Edição da Lata + Bonita

Em 2021, mais de três mil pessoas votaram para escolher os rótulos de latas de cervejas mais bonitos. Dos mais de 150 rótulos inscritos, 26 finalistas foram também avaliados por júri técnico e os vencedores de cada categoria contaram com ampla divulgação por parte da Abralatas e puderam conhecer de perto os detalhes envolvidos na fabricação da latinha.

Na 1ª edição, a categoria micro cervejarias ficou com a APA PQP, da microcervejaria cigana Aqueles Caras. Entre as médias cervejarias, a gaúcha Salva Craft Bier levou todas as premiações. Já nas grandes, a Colorado levou as duas primeiras colocações. Em primeiro ficou a Appia e, em segundo, a Ribeirão Larger. Já o terceiro lugar foi para o rótulo da Cacildis, do Grupo Petrópolis.

Confira o cronograma da 2ª edição do Prêmio Lata + Bonita

05/09 a 05/10Inscrições das latas
8 a 17/10Seleção dos jurados  
19/10 a 13/11Votação do público (hotsite)  
11/11 a 20/11Votação dos jurados (rótulos físicos)  
Entre 29/11 e 09/12Noite de premiação

Abralatas

Fundada há 19 anos, a Abralatas é a voz da indústria de latas de alumínio para bebidas no Brasil, terceiro maior mercado mundial, principal embalagem para cerveja no País e recordista de reciclagem. A Associação trabalha pelo fortalecimento e desenvolvimento do Setor, sempre com responsabilidade socioambiental.