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Ambev é campeã do Valor 1000 em Alimentos e Bebidas e ressalta nova visão dos negócios

Disposta a ser muito mais do que uma fabricante de bebidas, companhia aposta em inovação, transformação tecnológica e resultados consistentes

Ambev se destacou com mérito no setor de Alimentos e Bebidas. Foi a campeã do grupo, de acordo com a soma da pontuação alcançada nos seis critérios analisados pelo Valor 1000. O desempenho foi alicerçado principalmente na margem de 30,7% de Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização), quesito em que despontou em primeiro lugar entre as concorrentes do setor.

Em alavancagem financeira (dívida financeira líquida sobre Ebitda), ficou em quarto lugar, com -0,69 ponto, e na cobertura de juros (Ebitda sobre despesas financeiras) somou 4,12 pontos, ficando em sétima posição entre os dez melhores grupos do segmento. Na listagem das mil maiores de 2021, a Ambev ficou na 14ª posição, com receita de R$ 72,85 bilhões, um crescimento de 24,8% em relação a 2020. Na comparação com as demais empresas do setor, trata-se da terceira maior receita, depois da JBS, com R$ 350,69 bilhões, e da Marfrig, com R$ 85,38 bilhões.

“Temos investido em uma atuação em plataforma, que une inovação, tecnologia, dados e logística, para oferecer produtos que atendem a diferentes paladares e momentos de consumo das pessoas, sempre com qualidade, criatividade e inovação”, diz Lucas Lira, vice-presidente financeiro, de relações com os investidores e serviços compartilhados da Ambev. Ele atribui bom desempenho da companhia a três fatores: consistência, transformação tecnológica e a mudança da visão de negócios para uma empresa de plataforma, e não mais apenas de bebida. “Estamos trazendo ao mercado uma consistência de resultados positivos ano após ano, com a recuperação do negócio desde a pandemia, após períodos desafiadores com maior restrição de deslocamento”, afirma.

Entre as iniciativas inovadoras da companhia que vêm possibilitando o crescimento dos negócios está o Zé Delivery, serviço que assegura a entrega das bebidas em até uma hora depois da realização do pedido, com desconto por unidade retornável. Outro exemplo é o BEES, aplicativo que permite à rede parceira de bares e restaurantes comprar produtos da Ambev. As duas iniciativas, segundo Lira, ilustram a transformação tecnológica em curso na companhia e as apostas em soluções digitais que potencializam o negócio.

Segundo a empresa, o mercado está passando por uma importante transformação com o surgimento de novas marcas e novos estilos de bebidas para diferentes ocasiões de consumo. “A transformação da nossa visão para uma empresa de plataforma com diversos negócios, que conecta pessoas e o ecossistema, aumenta exponencialmente a possibilidade de fortalecimento de todos”, afirma o executivo.

Neste ano, o grupo se encaminha a passos largos para repetir o desempenho do ano passado. Pela primeira vez em sua história, alcançou a venda de mais de 40 milhões de hectolitros em um segundo trimestre. O recorde foi liderado pelo desempenho da Cerveja Brasil e da NAB Brasil (categoria de bebidas não alcoólicas). No período, o modelo comercial continuou impulsionando o desempenho de receita do grupo, com a recuperação contínua das ocasiões de consumo fora de casa, depois do arrefecimento da crise sanitária de 2020 e 2021

O volume de vendas cresceu 6,1% no consolidado, impulsionado principalmente pelo Brasil, onde a expansão da pré-imunização contra a covid-19 e o contínuo desenvolvimento de inovações resultaram em um crescimento de 8,5% no consumo de cerveja de marcas como Bohemia, Skol e Budweiser. O volume de NAB, categoria de bebidas não alcoólicas na Ambev, como o isotônico Marathon e o guaraná Antarctica, aumentou 16,2%, impulsionado pela distribuição alavancada pelo BEES.

O panorama econômico preocupa, mas não afasta o otimismo do grupo. “O cenário continua incerto, principalmente pela flutuação do câmbio, do aumento dos juros e do cenário político-econômico que temos neste ano no Brasil e em alguns outros países em que atuamos. Mas estamos confiantes na nossa estratégia para continuar entregando bons resultados, tanto em volume como na receita por hectolitro, Ebitda e demais indicadores”, afirma Lira.

O executivo também destaca a confiança do grupo nos seus times, na continuidade da excelência operacional dos últimos dois anos e na estratégia de atuação para o momento atual, de retomada dos bares e restaurantes, incluindo novos momentos de consumo no ano, como a Copa do Mundo no segundo semestre. “Vamos continuar trabalhando para tornar nossas marcas mais saudáveis, fortalecer cada vez mais nossa categoria de cerveja, que é uma das nossas prioridades, e conquistar ainda mais nossos clientes e consumidores, nos provocando constantemente em inovação e reforçando a nossa atuação como plataforma”, acrescenta o executivo.

A Ambev nasceu em 1999, da união entre as centenárias Cervejaria Brahma e Companhia Antarctica. Mas a história começou muito antes, com duas cervejarias na década de 1880: a Companhia Antarctica Paulista e a Manufactura de Cerveja Brahma & Villeger & Companhia. Hoje, a Ambev faz parte da Anheuser-Busch Inbev, conhecida como AB Inbev, que nasceu da união entre a Ambev, a belga Interbrew e a Anheuser-Busch. O portfólio do grupo reúne mais de duzentas marcas de bebidas, com atuação em 19 países. No Brasil são 32 cervejarias e duas maltarias, além de cem centros de distribuição direta e seis de excelência, que empregam 35 mil pessoas. O cardápio de bebidas reúne 30 marcas.

Analistas de mercado avalizam o desempenho da Ambev para além dos resultados financeiros que determinaram a escolha do grupo como campeã do setor de Alimentos e Bebidas. “Tão importante quanto o viés de dados financeiros é a aproximação com o consumidor e os princípios de inovação nos modelos de negócio”, afirma Roberto Kanter, professor de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV). “Os critérios financeiros são importantes, mas há um avanço da Ambev na consolidação de ações para distribuidores e colaboradores e iniciativas dirigidas à diversidade que também ajudam a consolidar a liderança da companha”, diz Fabio Mariano Borges, professor do curso de mestrado de comportamento do consumidor da ESPM.

O espírito de startup de inovação da Ambev agrada aos professores. A aproximação com o consumidor é considerada inédita. Nenhuma empresa tem tantos canais de conexão com aplicativos e oferta de serviços financeiros que vão além da venda de bebidas. Além disso, boa parte da distribuição da empresa não é feita mais por caminhões, mas, sim, por vans e carros elétricos, o que ajuda na pegada ambiental. “Comparado com outras marcas de bebidas, nenhuma conhece tanto o consumidor”, afirma Kanter. “Foi uma das primeiras empresas a apoiar a saúde mental dos funcionários com programas de promoção de ambientes mais híbridos e de segurança psicológica”, diz Mariano Borges.

Entre as ações da agenda ESG, a companhia anunciou em 2021 a primeira grande cervejaria carbono neutro do Brasil, a Cervejaria de Ponta Grossa (PR) e a maltaria de Passo Fundo (RS). As duas fábricas atingiram 90% de redução das emissões de CO2 – os 10% de emissões restantes foram neutralizados pela aquisição de créditos de carbono.

Fonte: https://valor.globo.com

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