SINDICERV comemora o Dia do Agronegócio

Em 25 de fevereiro é comemorado o dia de um dos setores que mais impulsiona a economia brasileira. De acordo com balanço Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2021, as exportações do agronegócio alcançaram valores recordes de US$ 120,59 bilhões, o que representa um crescimento de quase 20% na comparação com o ano anterior.

“Do campo à mesa”, o agronegócio está presente na vida e na alimentação de todos os brasileiros e “do Campo ao Copo” com o cultivo dos principais grãos para a produção da cerveja, como a cevada, o lúpulo e o trigo. Além de alimentos como a mandioca, a soja, o café e frutas, são usados como ingredientes para dar origem a produção de novos sabores de cervejas.

Com uma das mais extensas cadeias produtivas, o Brasil é o terceiro maior produtor do mundo, com uma produção anual de 14,3 bilhões de litros e representa um pouco mais de 2% do Produto Interno Bruto e mais de 2 milhões de postos de trabalho.  

A representatividade do setor para o agronegócio foi reconhecida pelo Mapa em 2019, com a instalação da Câmara da Cerveja, da qual o SINDICERV faz parte, com outras associações, para o debate de demandas do setor e fomento à cadeia produtiva.

“Celebramos a data com um brinde a todos os colaboradores do agronegócio e o reconhecimento da entidade na contribuição do setor no desenvolvimento econômico e social do país”, afirma, o superintendente do SINDICERV, Luiz Nicolaewsky.

Ambev bate recorde em volume de vendas em 2021

A Ambev nunca vendeu tanta cerveja quanto em 2021. Foram 180 milhões de hectolitros, 9% acima do que comercializou em 2020 e 4,6% acima de 2014, o ano do pico. Foi por causa do volume que a receita no ano passado saltou 23,7%, para R$ 72,85 bilhões, também alcançando recorde. A receita por hectolitro cresceu 13,7%. Mas em 2022 vai ser difícil repetir a dose – ao menos o tamanho dela.

O presidente da Ambev, Jean Jereissati, está animado com a perspectiva de crescimento neste ano, mas defende ser preciso estar “atento e continuar com a guarda-alta”, devido à volatilidade da economia. Se em 2020 e em 2021 a estratégia de crescimento da receita foi por volume, agora a alavanca deve vir de preço e mix.

No quarto trimestre já foi possível sentir mudanças. O lucro líquido caiu 45,6%, para R$ 3,75 bilhões ante o mesmo trimestre de 2020, embora tenha avançado 11,9% no consolidado do ano, para R$ 13,12 bilhões. O volume de todas as operações – que incluem o mercado nacional, países sul-americanos, o Canadá, a América Central e o Caribe – ficou apenas 0,8% maior, com o volume de cervejas no Brasil, seu principal mercado, recuando 3%.

A queda, atribuída especialmente a temperaturas mais baixas que de costume para o período, ficou em linha com estimativas de analistas de mercado e foi menor do que o recuo de um dígito alto do setor. Nesse mesmo intervalo, porém, a concorrência se acirrou: a Heineken, segunda maior em vendas no país, viu seu volume crescer mais de 10%.

A expectativa é que os eventos esperados para depois de dois anos de reclusão da pandemia estimulem a demanda. “Neste ano temos dois ‘quase-Carnavais’, o feriado que acontece agora e as festividades que foram adiadas para abril. Além disso, teremos uma Copa do Mundo no verão”, disse se referindo ao campeonato de futebol da Fifa, no Catar, no fim do ano.

Mas o que incomodou em 2021 não sai de cena neste ano. A projeção do grupo é de que o custo por hectolitro da cerveja no Brasil cresça de 16% a 19%, puxado mais pelos preços das commodities do que pelo câmbio. A empresa estabeleceu, também, taxa média de hedge de R$ 5,39 por dólar.

“Quando olhamos para 2022, o cenário macro segue instável e janeiro ainda teve impacto da ômicron. O diferente é que, depois de dois anos de pandemia, estamos mais preparados para operar nesse tipo de ambiente”, diz o diretor financeiro, Lucas Lira.

O objetivo é entregar um crescimento de Ebitda (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) superior aos 10,9% de 2021, quando alcançou R$ 22,87 bilhões. Mas há o desafio de melhorar os níveis de rentabilidade. No consolidado do ano, a margem bruta da companhia ficou em 51,1%, 2,6 pontos percentuais abaixo de 2020 e 7,7 pontos percentuais a menos do que em 2019. O recuo é ainda maior na margem Ebitda, que passou de 37% em 2020 e de 40,2% em 2019 para 31,4% no ano passado.

Diante da pressão de custos, voltar a ser mais rentável deve exigir da companhia mais movimentos de precificação e de mix, o que pode impactar demanda, como destacaram analistas do BTG Pactual: “A verdadeira questão continua sendo quanto preço a Ambev pode implantar antes de começar a perder participação de mercado novamente”. Alguns movimentos já são notados. Em 2021, o portfólio Brahma Duplo Malte cresceu com mais opções de volumetria, o que também deve acontecer este ano com a Spaten.

Mas a receita da empresa não muda, diz Lira. “Inovação vai continuar sendo uma alavanca muito forte, bem como cuidar da saúde das marcas. Também vamos continuar focando na tecnologia para trazer mais conveniência ao consumidor”, diz, citando exemplos das plataformas on-line BEES e Zé Delivery.

A cartilha é a mesma adotada pela controladora AB InBev, que terminou o ano com avanço de 9,6% no volume vendido, alta de 15,6% em receita, para US$ 54,3 bilhões, e lucro de US$ 4,67 bilhões. “Estamos ficando muito mais eficientes conforme nos digitalizamos. Nossas marcas estão em ótima posição, o ímpeto do mercado nos ajuda a continuar crescendo e, com as medidas que tomamos no último trimestre, estamos muito focados em ativar a demanda”, disse o presidente Michel Doukeris em teleconferência com analistas.

Fonte: https://valor.globo.com